O peso invisível de ser cuidador
O papel de cuidador familiar muitas vezes surge de forma inesperada.
De repente, o filho passa a administrar remédios, consultas, alimentação e higiene, tudo isso enquanto tenta manter o próprio trabalho, rotina e família.
Essa sobrecarga é chamada de “síndrome do cuidador”, e é muito mais comum do que parece.
Ela pode causar:
- Ansiedade e insônia;
- Irritabilidade e esgotamento;
- Dores de cabeça e musculares;
- Sentimentos de culpa ou impotência.
É por isso que o apoio emocional não é luxo, é necessidade.

Cuidar de quem cuida
Cuidar de um idoso exige empatia, paciência e equilíbrio.
Mas ninguém consegue oferecer o que não tem.
Para manter o bem-estar de toda a família, o cuidador precisa olhar para si com o mesmo carinho que oferece ao outro.
Algumas atitudes simples podem fazer diferença:
- Reserve momentos só seus, mesmo que curtos;
- Busque apoio de outros familiares, dividir tarefas é fundamental;
- Converse sobre seus sentimentos com um profissional ou grupo de apoio;
- Alimente-se bem e durma o suficiente;
- Não se culpe por sentir cansaço. Isso é humano.
O papel do geriatra no acolhimento familiar
O geriatra é o profissional que cuida não apenas do idoso, mas de todo o sistema que o cerca.
Durante o acompanhamento, avaliamos o estado emocional do cuidador e orientamos a família sobre como organizar o cuidado sem sobrecarga.
Na clínica, é comum vermos que, quando o familiar começa a se cuidar, o idoso também melhora, porque o ambiente emocional fica mais leve e equilibrado.
Esse é o verdadeiro sentido da medicina geriátrica humanizada: cuidar da saúde física, emocional e relacional.
Estratégias que fortalecem o emocional do cuidador
- Aceitar ajuda: ninguém dá conta de tudo. Permita que outras pessoas participem.
- Planejar a rotina: horários definidos para medicações, alimentação e descanso reduzem o estresse.
- Manter conexões sociais: conversar com amigos ou participar de grupos de apoio faz bem para a mente.
- Reconhecer os próprios limites: não é egoísmo cuidar de si, é o que garante continuidade no cuidado.
Conclusão: o cuidado começa em quem cuida
O envelhecimento é um processo coletivo.
Quando o familiar é acolhido, ouvido e apoiado, todo o cuidado se transforma.
O amor que se doa com equilíbrio se torna mais leve, sustentável e cheio de significado.
